O gato sabe orientar-se, mesmo a vários quilómetros de casa, responde ao seu nome, lembra-se da localização habitual da sua tigela, mesmo quando já lá não está.
Isso é um sinal de que ele tem memória ou são apenas gestos instintivos? Tentaremos respondê-la levando em consideração os últimos avanços científicos nessa área.
A memória de curto prazo do gato
Vários estudos científicos mostram que a memória de curto prazo do gato é de cerca de dezesseis horas. Além desse período, reteria apenas informações importantes.
Essa memória de curto prazo, também chamada de memória de trabalho, é usada na vida cotidiana. Ele permite que ele memorize informações gerais sobre seu ambiente imediato para garantir sua sobrevivência.
A memória de longo prazo do gato
Atualmente, não existem estudos que possam avaliar com precisão a duração da memória de longo prazo em gatos. No entanto, algumas experiências sugerem que seu amigo de quatro patas pode se lembrar de certos eventos por cerca de três anos.
Essa memória é seletiva e apenas os eventos com certa importância são mantidos. Estudos também mostraram que a capacidade cognitiva de um gato se deteriora com a idade, geralmente a partir dos doze anos.
Memória espacial do gato
Os gatos têm uma memória espacial que lhe permite localizar os objetos pelos quais sente interesse em seu ambiente. Por exemplo, ele poderá encontrar a localização de sua tigela, mesmo que você a tenha removido.
Ele memorizou este lugar como sendo onde ele se alimenta. É o mesmo para sua ninhada. Ele memorizou sua localização e se você movê-lo, há uma boa chance de que ele se alivie no local que memorizou, mesmo que não esteja mais lá.
É também esta memória que lhe permite encontrar o caminho de casa quando está fora.
memória episódica
Em um estudo de 2017, os cientistas queriam saber se os gatos tinham memória episódica, ou seja, se lembravam de eventos vividos de acordo com seu contexto (quando, o quê e onde). Para fazer isso, eles colocaram em uma sala quatro tigelas cheias de comida de diferentes tamanhos e formas.
Os gatos foram colocados individualmente na sala onde tinham acesso a duas tigelas. Os resultados revelam que os gatos escolheram sua tigela aleatoriamente. Eles foram então retirados da sala por quinze minutos e depois trazidos de volta.
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Os gatos então se dirigiram preferencialmente para a tigela que não haviam tocado e, portanto, com maior quantidade de comida. O experimento revela que os gatos lembram “onde”.
Na segunda parte do experimento, os pesquisadores encheram duas tigelas com comida, uma vazia e outra contendo um objeto não comestível. Eles introduziram diferentes gatos na sala que, durante esta fase de exploração, foram aleatoriamente para uma tigela contendo comida.
Depois de quinze minutos removidos, foram reintroduzidos na sala e se dirigiram para a tigela mais cheia, ignorando completamente a vazia e a que continha um objeto. Isso demonstra que seu comportamento não é aleatório e que seria uma escolha por parte dos gatos.
Esta experiência permitiu determinar que o gato recorda “onde” e “o quê”, duas componentes da memória episódica, muito úteis para a sua vida quotidiana.
Memória e aprendizado do gato
Se ainda não temos uma estimativa exata da capacidade de memorização do gato, uma coisa é certa, ele é capaz de aprender com os acontecimentos vividos, agradáveis ou não.
Um gato que foi atropelado ficará mais desconfiado quando ouvir um carro se aproximando, ou se cair acidentalmente na piscina em pleno inverno, evitará se aproximar dele no futuro…
Ainda temos muito a aprender com o gato e como funciona sua memória. Mas você pode ter certeza de que os gatos se lembram de eventos passados e são capazes de aprender com suas experiências.